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A culpa é do videogame e do cinema, não das armas

A culpa é do videogame e do cinema, não de quem atirou segundo Donald Trump

O imprestável Donald Trump de declarar que a mais nova tragédia armada dos EUA não é culpa de quem atirou, nem da arma. A culpa é do videogame e do cinema recheados de violência e tudo o que posso fazer é regurgitar.

Normalmente deixo esse tipo de encrenca para o Oschefe em seu Pensamento, mas não dá mais para ficar calado. 

Após um ex-aluno de 19 anos matar 17 pessoas com um AR-15 na Flórida o presidente Donald Trump prometeu que o país será “muito forte” em checagens de antecedentes e acompanhamento de saúde mental.

Apesar da comoção nacional e do clamor popular pelo desarmamento civil Trump resolveu apontar uma arma para o culpado. E não, ele não acha que o culpado seja o atirador, a arma ou quem vendeu um rifle para um moleque de 19 anos. A culpa é do videogame e do cinema com suas histórias violentas.

Abaixo você confere a declaração do presidente americano na CNN.

Traduzindo livremente pois ele fala de maneira escrota sobre qualquer assunto.

(…) Nós temos que olhar para a internet, porque muitas coisas ruins estão acontecendo com jovens e suas mentes estão sendo formadas, e nós precisamos fazer algo sobre talvez o que eles estão vendo e como eles estão vendo isso. E também os videogames, eu estou ouvindo mais e mais pessoas falando que o nível de violência nos videogames realmente está moldando os pensamentos das pessoas. E o passa seguinte seriam os filmes (…)

Trump complementa seu pensamento (?) falando que é preciso ter um sistema de classificação etária que existe no mundo todo, até no país dele. Até professores armados o cara sugeriu.

A parte boa do vídeo acima é que a voz da razão e da solução fala logo em seguida. Samuel Zeif, um dos sobreviventes declara que ele e seus amigos jogaram videogames a vida inteira e nunca tiveram a intenção de entrarem armados na escola e promover uma matança.

A culpa é do videogame e do cinema - Donald Trump - Jabba The Hutt e Leia

Por que discutir isso no Brasil?

Para variar o nosso país é um relexo do que acontece no resto do mundo. Se virar moda culpar violência nos videogames e filmes lá nos EUA alguma coisa irá mudar aqui também.

Sem falar que é fácil dizer que a culpa é do videogame e do cinema. Já existe toda uma mitologia por trás do assunto que basta acender um pavio para o barril explodir.

A exposição à violência não é bom e nenhum âmbito, nem nos videogames nem nas revistas. Colocar a culpa da violência nos videogames e cinema é como culpar um jornal de noticiar algo do tipo. Apesar da falta de interação sempre é algo mais real.

Em outro texto a discussão mostra ainda que a jogatina pode afetar o jogador diferente dependendo do estilo de jogo. Pessoas diferentes terão reações diferentes em detrimento a um estimulo do jogo.

A culpa é do videogame e do cinema - Donald Trump - Street Fighter

Logo, independe da mídia, se uma pessoa tem tendencias violentas ela será violenta. No lugar do estado tentar coibir seu acesso à armas e simplesmente colocar que um livro possa tê-lo influenciado não quer dizer que todos serão. O problema é e sempre será o individuo e o meio em que vive.

Precisamos parar de tentar adivinhar de quem é a culpa e tirar o acesso de pessoas violentas às armas. Simples assim. Não resolve o problema de violência no Brasil obviamente, mas é este tipo de atitude que muda o mundo de verdade.

Cresci jogando videogames de tiro, meus jogos favoritos hoje contém violência animada e alguns até exageram na dose. Alguns de meus filmes favoritos da infância são daqueles tipos que existem vídeos com contagem de corpos… E nem por isso eu sou violento e saio dando tiros em quem não concorda comigo ou não gosta de mim.

Estamos em uma sociedade que é hipócrita e preconceituosa com videogames e alguns filmes. Não, eles não são perfeitos e podem causar problemas, mas o ganho é muito superior do que às possíveis perdas… sem contar que a educação e o cuidado dos responsáveis são necessários como em tudo.

Nenhum videogame no mundo irá educar seu filho. Será que ninguém entendeu isso ainda? Mesmo assim existem exemplos como o SuperBetter de Jane McGonigal e diversos outros tipos de jogos educacionais.

Todos podem utilizar os benefícios de uma história ou de uma aventura. Não precisa ser exatamente uma lição de moral, basta ser divertido o bastante para aliviar o cansaço de um dia de trabalho por exemplo.

O mundo pode ser um lugar melhor sem tantas armas… A não ser que seja um apocalipse zumbi ou uma invasão alienígena, mas isto não é o tipo de coisa que acontece na vida real.

Imagens deste artigo via.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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