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Madame Teia

Ninguém escapa da web da Madame Teia, eu posso ver o futuro.

Como a Sony, Columbia e a Marvel tem coragem de colocar sua marca em algo como isso? Madame Teia é uma catástrofe que só pode ser explicada como lavagem de dinheiro. Dakota Johnson nem assistiu um filme de “como médicos de urgência fazem”. Ah, mas é claro que ela ensina a única coisa que aprendeu para as outras mulheres aranha.

Tudo começa em um país exótico em uma floresta remota com palavras latinas sendo ditas de maneira desproporcional. Mas calma que piora, a cena de “ação” inicial da ambulância é uma das coisas mais sem graça do mundo mesmo com uma pessoa supostamente morrendo na traseira do veículo.

A personagem principal é tão mal-feita que qualquer personagem secundário de novela das oito seria melhor. Seus pulinhos correndo para salvar uma vítima em um acidente de carro não convencem nem sua própria mãe. Quer dizer, a interpretação de ninguém ali convence. Nem os momentos que eram para ser cômicos conseguem ser engraçados. Os dramáticos são tristes, mas não geram tristeza no espectador.

A direção de S.J. Clarkson (Defensores e Jessica Jones) e o roteiro de Matt Sazama e Burk Sharpless (a dupla responde pelos roteiros de Morbius e Perdidos no Espaço) precisa ser estudada. Como algo assim é aprovado? Se um roteiro desses chega na Globo, ou até no SBT, vira chacota facilmente.

Enquanto visualmente podemos ser enganados (ou é escuro ou cheio de faíscas) é importante apontar que tudo, simplesmente tudo, passa um ar de pressa e baixíssimo orçamento. Os atores não parecem preparados para interpretar seus personagens enquanto efeitos e os trajes não convencem. Nem a fotografia consegue ser razoável.

Nem o merchandising da Pepsi funciona, a protagonista fica andando por um chá de bebê com a lata fechada como se fosse uma pedra. Aliás o patrocínio é tão robusto que podemos dizer que é a propaganda quem vence no final do filme.

O homem aranha que vemos aqui é… sei lá bicho… Mas é horrível. As mulheres aranhas quando estão juntas se tornam um megazord de interpretações duvidosas, argumento fraco e direção pouco inspirada. Aliás o figurino aqui também precisa ser criticado, achei que exageraram na sensualização das garotas em “trajes civis”. Desnecessário e apelativo.

Não sei dizer exatamente de quem é a culpa ali, tudo tem muitos problemas e apontar o dedo apenas para uma pessoa pode ser uma injustiça contra os outros.

Em determinado momento, que parece ter saído do Choque de Cultura, não dá para entender o que queriam criar com a entrada dramática de um táxi amarelo ao som de uma sinfônica ao fundo. E na cena não acontece nada. Não aparece um vilão, não tem explosão. Nada nada.

E peço licença a audiência deste blog mas não vou comentar nada da família Parker. Nada.

O filme não é ruim do tipo que diverte, é ruim de um jeito deprimente. É pior que Morbius (risível) e Venom (tosco). Cavaleiros do Zodíaco é um ruim pior (ou melhor dependendo do ponto de vista) mas é muito mais divertido do que qualquer outro filme citado aqui, confira abaixo o FAROFANDO de filmes ruins.

Aqui você confere todos os Aranhas do aranhaverso.

Na sinopse é dito que não demora até que as quatro entendam que, juntas, estão destinadas a algo muito poderoso, mas isso é uma mentira. Demora muito, demora demais. Nunca pensei que diria isso, mas espero nunca mais ouvir falar de Madame Teia na vida. POR QUE MARVEL? POR QUÊ?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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