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Fantastic Four – Full Circle

Review de Fantastic Four – Full Circle, o gibi do Quarteto Fantástico de Alex Ross.

Fantastic Four – Full Circle, do desenhista Alex Ross, é um gibi visualmente interessante e com referências à Jack Kirby em todos os cantos. Poderíamos acabar o review do quadrinho por aqui mesmo, no final este é mais um caso de “por fora bela viola, por dentro pão bolorento“.

Este é o primeiro quadrinho da linha Marvel Arts, selo o qual, confesso, pode favorecer maior diversidade nos quadrinhos da Marvel Comics, e só por isso já é uma boa ideia. Caberia ali um gibi da Marvel feito exclusivamente por artistas brasileiros, ou africanos, não acha? Mostrar com outros olhares para os personagens norte-americanizados normalmente é interessante.

Mas não se engane, se Full Circle fosse feito por mim – ou por você – seria considerado um gibi de pouca qualidade por não permitir que o digital trabalhe com eficiência. Mas como é o Alex Ross a coisa é outra, é arte. Entenda, não estou menosprezando o quadrinho, a história é fraca mas a arte é apenas bonita.

Não vejo o artista reinventado como alguns sites tem anunciado, é algo diferente do que ele está acostumado a fazer por ter muito mais preto nos quadros do que o normal. Só isso. Onde caberia novidades o artista repete o que sempre fez, mas com mais contraste e cores que lembram quadrinhos dos anos 60 impressos em papel jornal.

A arte é extremamente detalhada em alguns momentos – e, por vezes, dá até para esquecer que é Alex Ross desenhando – há uma chamada ao clássico extremamente ruidosa (ou duvidosa). O que me incomoda em sua arte são os traços humanos extremamente estereotipados. Sem mencionar que homens e mulheres brancas tem sempre o mesmo rosto, só muda o corte de cabelo.

Superman e o Batman tem a mesma cara que o Reed Richards de novo, mesmo com mais texturas, mais preto e menos cores. No final é mais um quadrinho de Alex Ross, nada demais. Vale enquanto homenagem à Jack Kirby e mostra um excelente trabalho de colorização que o autor executou junto de Josh Johnson.

Me irritou ver que etnias não caucasianas são retratadas como alienígenas e/ou monstros na história. Me lembrou do vídeo do Quadrinhos na Sarjeta, talvez assistir novamente valha a pena.

Não é um gibi para o grande público, é um gibi para a pessoa com 40 ou 50 anos que ainda gosta de revistinha de boneco. Como eu.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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