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Crítica de The Boys temporada 3

Veja a crítica de The Boys temporada 3: um excelente fã service com uma sátira empobrecida.

Se nas temporadas 1 e 2 de The Boys a graça era ver super heróis com moral duvidosa, violência exacerbada e uma baita sátira geracional a política e militância (sobretudo a dita ‘conservadora’) nas redes, a temporada 3 resolveu focar somente na violência. Não me entendam mal, gostei da terceira temporada e com certeza ela ainda tem uma qualidade superior à grande maioria das séries que saem a rodo em uma infinidade de serviços de streaming que mais parecem um novo serviço de TV a cabo.

A mesma qualidade de violência e gore que os fãs tanto gostaram está presente nesta temporada. Inclusive, devo dizer que os diretores e roteiristas fizeram o que bem quiseram nesse sentido nos últimos 7 episódios. Não economizaram nas possibilidades de trazer o gore e a violência de forma tão exagerada que com certeza entrarão pros anais (e pra outros canais genitais) da história da TV.

O que me decepcionou foi a falta do que fazia The Boys tão único: a sátira. Talvez porque o andar da história assim o exige, talvez porque fazer comparativos óbvios entre o Homelander e Donald Trump ainda dê audiência ou ainda talvez porque tenha acabado o material de deboche. Enfim, o que se tem na temporada 3 é um amontoado de decisões e dramas circulares. Todas as motivações e atitudes tomadas até o penúltimo episódio são apressadamente desfeitas no último capítulo.

As crises entre personagens foram desenvolvidas de forma circular e são dissolvidas instantaneamente ao fim da temporada para dar lugar a uma nova, grande e óbvia ameaça a ser concretizada na quarta temporada. Se antes a série conseguia este feito – recriar o já batido tema ‘super herói’ – sem deixar de lado o claro tom de deboche onde o próprio entretenimento não se levava a sério, parece que decidir impor um ritmo de “série de super herói vs vilão” (que é para onde parecemos caminhar com The Boys) foi o responsável por matar o grande diferencial do roteiro.

Para não dizer que tudo foi perdido, o drama entre os protagonistas no geral foi bem explorado exceto, no meu parecer, o de Hughie e Annie que deixou a desejar. Letinho da Mamãe, Francês, Fukuhara e Butcher foram bem aproveitados. E, devo dizer, sobretudo o desenvolvimento do Butcher foi excelente nesta temporada bem como a relação criada com seu par de aventuras improvisado, Soldier Boy, que também tem um caráter interessante com um passado bem contado. Ambos funcionaram muito bem como “dois lados opostos de uma mesma moeda de um mundo invertido”.

Espero que a temporada do ano que vem recupere o estrago e espero que esse espírito de sátira e debocha seja reconquistado ou melhor trabalhado. Caso contrário, The Boys pode cair em lugares comuns ainda mais comuns e desfechos ainda mais pobres.

Nota: 7,5 Farofas (Nota do editor: sim a imagem tá errada MAS TÁ TUDO ERRADO)

Crítica de The Boys temporada 3 - Farofas - Blog Farofeiros

Por José Fernando

Comentarista político(?) no @CoisaBoaPodcast e farofeiro no @FarofeirosCast.

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