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O hábito de se frequentar a banca de jornal

Faz uns anos que parei de frequentar bancas de jornal, a internet e a falta de uma boa banca bem localizada sempre complicaram minha vida. Houve uma época em que eu queria ter uma banca de jornais, não uma comic shop, uma banca mesmo, mas bem equipada e bem localizada vendendo salgadinhos, gibis americanos e encadernados que na época eram raridades.

Na época do colégio era diferente, eu e meu irmão saíamos em direção a ela antes de irmos para casa almoçar. Eram gibis, cards e encadernados raros… Dei muito dinheiro para o jornaleiro naquela época, mas ele fazia por onde, separava nossos gibis e sempre nos informava das novidades escassas na época que a Editora Abril cuidava dos quadrinhos Marvel e DC, quando a Editora Globo mostrou um pouco de serviço lá estava nosso jornaleiro pronto para nos atender. Até hoje me arrependo de não ter comprado um encadernado gringo das primeiras histórias do Thor, isso a muito tempo atrás.

Na escola me lembro bem de “negociar” uma revista de videogame com o jornaleiro, a URV (lembra?) permitiu isso por um breve tempo, sempre me dei bem nessa história, mas também era um comprador assíduo. Sempre deixei boa parte do meu rico dinheirinho com o jornaleiro.

Hoje isso diminuiu drasticamente, tenho comprado muito em livrarias que, além de comodidade, não ficam te encarando como se você fosse roubar uma revista… Sem falar que a qualidade das bancas de jornal hoje em dia é cada vez pior. Limitaram-se ao básico, jornais e revistas variados de croché e receitas, gibis são caros e vendem pouco logo não faz sentido a banca do bairro ter uma.

Para se ter uma ideia, hoje onde moro existem três bancas de jornal por perto, apenas em uma delas existem títulos da Panini e mesmo assim são sempre desatualizados e nem sempre recebem na data que outras bancas… sei lá o motivo disso. Para ir a uma banca de verdade eu preciso pegar meu carro e dirigir por 3,5km e rezar para ter vaga livre na frente dela para comprar meus gibis.

Frequentar a banca foi algo muito importante para mim à vinte anos atrás, a internet tomou o lugar do jornaleiro… mas o jornaleiro de hoje não parece se importar muito com isso, afinal pornografia vende mais e melhor.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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