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Guild Wars 2 em 2021

Guild Wars 2 em 2021 continua o mesmo MMORPG surpreendente de dez anos atrás.

A vida adulta é um impedimento gigante para quem gosta de videogames, MMORPGs então são quase impraticáveis. O tempo e dedicação que leva um game desse tipo pode ser extremamente desafiador, demorado e – por que não – frustrante. Apesar das grandes chances de me arrepender profundamente, resolvi voltar a jogar Guild Wars 2 em 2021, a quase dez anos do seu lançamento.

Comprei o jogo original – antes dele se tornar free to play – e posso dizer que até hoje Guild Wars 2 é um jogo muito bonito e com excelente design. Logo de cara o visual surpreende pelo brilho, traços delicados e detalhes em toda modelagem 3D de Tyria e seus habitantes. É incrível falar de um jogo dessa idade, ainda ativo e atualizado, com uma pontuação de 90 no Metacritic.

Além do seu visual deslumbrante suas diversas mecânicas também chamam a atenção. A principal delas é o sistema de armas para cada classe, são diversas opções de armas e combinações com as duas mãos que permitem o mesmo personagem ter diversas variações. Trocar armas (pré-equipadas) durante o combate e o sistema de esquiva são pontos simples mas extremamente eficientes. Isso sem mencionar os traits, habilidades que afetam tudo que seu personagem faz (ou não). São muitas opções de personalização da sua build.

Ando correndo atrás da montaria de besouro, preciso dela pra quebrar umas paredes e ter acesso à pontos de mapa que não dá pra ter sem ela… O problema é que para conseguir esse trem você tem que fazer 30 achievements. A maioria é boba, matar um bicho, pisar em outro… Mas uma hora é preciso matar um gigante lendário que aparece uma vez por dia em mapa aleatório e sai andando peladão para fazer sua caminhada. Consegui matar por sorte.

Em determinado momento não estava conseguindo EMPURRAR meia dúzia de besouros para concluir um mini evento e liberar um monstro raro para que pudesse matá-lo. Tive que esperar um tempo, mas consegui encontrar um grupo que passava pelo local para completar a tarefa

World Bosses a todo momento (incluindo dragões bem grandes), mega servers (você dificilmente joga sozinho), mapas gigantescos, jumping puzzles, coleções, achievements, montarias, asa deltas, tronos, poses, miniaturas colecionáveis, roupas e mais roupas… E se pensa que acabou pode se assustar pois eu nem comecei a falar da minha real paixão deste game: o PvP.

Além das arenas (rankeds e normais) é possível ingressar em campeonatos permanentes além de poder reconfigurar totalmente seu personagem para esta modalidade de jogo sem afetar em outras modalidades. Até a classe é possível mudar nesse modo de jogo… Logo você não precisará criar um novo personagem, ganhar níveis e vasculhar catacumbas atrás de equipamentos: O jogo te dá literalmente tudo. Talvez esse seja o modo de Guild Wars 2 tentar balancear e dar a real ideia de que o que conta é a habilidade do jogador, não a classe.

Mas o que brilha no meu ponto de vista é o incrível WvW, ou World versus World. São literalmente seleções de servidores uns contra os outros na Mist War. Lá é preciso administrar suplementos, defender posições estratégicas e atacar nos quatro mapas disponíveis em Edge of the Mists. Detalhe, não é um mundo contra o outro, são três mundos se enfrentando… Então, sim, a sigla está errada, ela deveria ser WvWvW, pois a deliciosa confusão de três mundos diferentes se enfrentando no campo de batalha é algo espetacular. São pontos estratégicos provedores de recursos para ampliar defesas e até construção de armas.

Lá a maioria das vantagens que conseguimos no mundo PvE não funcionam sem os devidos desbloqueios: montarias e asas delta por exemplo, precisam de pontos específicos deste modo de jogo para ficarem funcionais – além de desbloqueios. Outra vantagem é que você pode criar um personagem e imediatamente entrar nesse modo de jogo – e ganhar níveis lá.

Confesso que sou viciado no WvW de Guild Wars 2 em 2021. É tipo uma droga para mim, fico procurando Commanders para seguir e ficar soltando maldições com meu necromancer ou se fico soltando marteladas com meu warrior. No jogo praticamente tudo o que você faz garante experiência e recursos… Incluindo o crafting e o PvP.

A casa de leilões, a Black Lion Trading Company, é uma ferramenta extremamente interessante para a venda de materiais e equipamentos. Por ela confesso que até aprendi um pouco a lidar com mercado de ações: há ofertas de compra e de venda por diversos valores, compra quem quer, de acordo com o mercado. Lá também você pode comprar Gemas com dinheiro real ou gold do jogo, há vantagens que podem ser consideradas pay to win, mas a grande maioria dos itens é cosmético… E, bem, você pode trocar dinheiro real por gold do jogo também e comprar aquela espada lendária que tem um visual lindo e status mortais.

Algo que me incomoda muito é a caracterização das personagens femininas, as mulheres ultra sensualizadas – algo muito comum em JRPGs – estão para todos os lados, humanas e norns com pouca roupa são bem comuns. Não frequento a comunidade, mas fica claro ao dar uma volta por Lion’s Arch que quanto mais pele à mostra melhor e, sem dúvida, isso parte dos desenvolvedores que permitem isso. Em 2021 é triste ver esse tipo de apelação em um jogo.

Mas este não é o único problema de Guild Wars 2, o game não está disponível em português e, porém, a Level Up Games (aquela mesmo ex-Ragnarok Online) vende itens e expansões através do serviço Hype. A expansão End of Dragons que será lançada dia 28 de Fevereiro de 2022 é vendida por R$ 167,90 em sua versão Standard enquanto a versão Deluxe da Expansão sai por R$ 307,90. 

E não entendo como expansões neste preço, vendidas oficialmente no Brasil, não convençam os desenvolvedores a pelo menos legendar o jogo… Localizar o preço e o produto é algo tão comum que quando não vejo a disponibilidade de legendas acho estranho… Sem contar que com a alta do dólar é quase impossível comprar o game por um preço justo. Porém, o jogo base é free to play e te dá uma gama de atividades muito boa sem gastar nada… Mas se você viciar talvez tenha problemas para comprar algo tão caro.

Requisitos mínimos Windows 7 (64-bit), processador Intel i3 2.8 GHz ou AMD Phenom II x4 2.8 GHz, memória 6 GB de RAM, placa de vídeo: Nvidia GeForce GTS 250 / AMD Radeon HD 5770 / Intel Iris 600 series, DirectX Versão 9.0 e 55 GB de espaço disponível em disco.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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