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Deuses Americanos: deuses, mas não tão americanos

Não tenho problemas em admitir que tive que ler mais de uma vez para entender toda a trama de Deuses Americanos. Da primeira vez que li confesso que não gostei, escrevi um artigo aqui falando o quanto este romance de Neil Gaiman estaria super valorizado pelos fãs. Depois de ler alguns artigos percebi que não havia entendido a história mesmo, precisava mudar isso afinal sou fã demais da obra do criador de Sandman. 

Este artigo possui spoilers mínimos que não afetarão sua leitura.

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Na segunda vez que li já vi as coisas um pouco mais diferentes, consegui sair do preto e do branco que o livro nos dá e consegui colocar cores, rostos e até cheiros. Consegui me identificar melhor com a história. A terceira vez demorou um pouco mais de tempo, demorei para conclui-la pois estava em época de provas na faculdade então eu tinha que ficar muito tempo no bar. E foi aí que aconteceu um clique mental.

E se o Wednesday entrasse ali e me fizesse a mesma proposta que fez para Shadow? Minha vida não estava no buraco como a do protagonista obviamente, ele acabara de passar três anos na prisão e sua esposa morre em acidente pouco antes disso acontecer. Perto da vida de Shadow a minha era um paraíso.

Deuses Americanos é diferente de sua obra prima Sandman, mas abordando o mesmo assunto: deuses… neste caso, deuses esquecidos, ou quase e que tentam sobreviver nos EUA. Em sua maioria não são deuses nativos, são deuses que simplesmente migraram para lá junto com seus fiéis/seguidores. 

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Shadow é no final das contas apenas mais um peão em uma guerra mais antiga do que qualquer um deles do novo contra o velho, um lutando para tudo se manter e outro lutando para inovar e melhorar. No caminho Czernobog, senhor Nancy e a bela Easter aparecem para ajudar ou atrapalhar a vida do protagonista que sempre é surpreendido por mais uma novidade em sua vida que nem mesmo ele sabia.

Gosto como o misticismo é abordado sempre criando uma verossimilhança e graças à minha imaginação fértil tudo fica mais real. Como disse no início, não entendi na primeira vez que li por simplesmente não conseguir ver como esses personagens viam o mundo, abrir a mente para algo maior é difícil e Deuses Americanos foi a chave que me mostrou que algumas verdades são mais verdades do que imagino. Mesmo que isso seja verdade apenas no livro.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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