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Só assisti The Last of Us agora

Só assisti The Last of Us agora por um bom motivo. Acho.

Demorei muito, mas finalmente assisti The Last of Us, a série inspirada no videogame de mesmo nome e que não consegui jogar direito. Meu problema com esse tipo de jogo que suas ações precisam ser sorrateiras não são pra mim.

Mas é preciso apontar o quanto a história de The Last of Us tem seus muitos pontos altos em todas as mídias. É um jogo excelente e a produção da série conseguiu fazer o que poucas adaptações, dar ainda mais vida à uma história dessas é um feito e tanto.

A série – e o jogo – não conta histórias de zumbis, sociedades pós apocalípticas ou violência. A história central aqui é a de relacionamento, e o quanto você faria para manter aqueles que ama. Essa não é uma pergunta justa, mas é a pergunta que The Last of Us se propõe à responder.

É aquela velha história da adaptação entre mídias, um livro adaptação para o cinema não teria todos os elementos, nem um jogo adaptado como série. Mas depois do que vi em Sandman e agora em The Last of Us percebo que é possível ser muito mais fiel à obra original se houver cuidado com a nova criação.

Confesso ter jogado pouco, normalmente para ajudar alguém a passar de algum clicker chato ou para massacrar um hospital inteiro (sic), mas acompanhei a história inteira. Todos os dramas e os momentos de conforto. Então, por assim dizer, quando anunciaram a série já sabia como cada arco iria começar e acabar. E se você já conhece a história talvez entenda como isso foi um problema para mim.

The Last of Us entrou na minha vida bem antes de me tornar pai e depois disso a jornada de Joel e Ellie se tornou muito mais visceral. Colocar-se no lugar de Joel hoje é algo bem mais simples e, emocionalmente falando, consigo encontrar justificativas para sua violência extrema. Fico genuinamente constrangido em falar isso publicamente, mas sentir a dor que ele sentiu, que só posso imaginar. Se algo é capaz de transformar uma pessoa é o que Joel passou.

Comecei a assistir o primeiro episódio sabendo da merda que daria no último. Isso parece desmotivador – e realmente é – mas a qualidade da série é assustadora, acompanhar novamente aquelas histórias sem me preocupar em fazer mais flechas foi uma ótima surpresa.

A dupla principal de atores não é boa, é excelente, realmente custei a acreditar que a química de Pedro Pascal e Bella Ramsey era tão boa quanto o noticiado. Anna Torv como Tess foi uma grata surpresa desde o início, adoro seu trabalho desde Fringe.

Neste momento posso até afirmar que a série The Last of Us é melhor que o jogo por conta de seus atores, seu talento dão da vida aos personagens de maneira absurdamente natural. Não há do que reclamar no quesito ambientação e atuação, é sério.

A série não é boa, é ótima. Mal posso esperar pela segunda temporada… Mesmo sabendo o final. ?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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