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Shazam! Fúria dos Deuses

Shazam! Fúria dos Deuses é o último suspiro recente de um bom filme de herói.

É amigue Farofeire, por incrível que pareça, Shazam! Fúria dos Deuses é um ótimo filme, dadas as devidas proporções, claro. Foi um alento ver que ainda dá pra fazer um bom filme de herói na época que nem a produtora parece querer mais, visto tantas as mudanças que a DCU vai ter nos próximos anos.

O filme tem originalidade de roteiro? Não. Tem cenas de ação impecáveis e eletrizantes? Meeeh Tem uma construção impecável do universo DC nos cinemas? Calma, não podemos nos emocionar.

MAS, o filme tem (pasmem!) um excelente tom de bom humor. Há um bom tempo não assistia um filme de heroi que fizesse genuinamente rir na cadeira do cinema. Depois do horroroso especial de Natal de Guardiões da Galáxia e do MINHA NOSSA SENHOR SOCORRO Homem Formiga & A Vespa: Quantumania, Shazam! Fúria dos Deuses cumpre perfeitamente bem o papel de filme de hominho: te fazer dar umas risadas e criar aquele mínimo aceitável de empatia com os personagens.

Veja bem, não estou me balizando pelo mínimo aqui, é que o cenário geral de filmes de boneco anda um tanto mal das pernas. Mas em Shazam, e falo sério, tudo é entregue muito bem. Quero aqui fazer um grande elogio a Jack Dylan Grazer, no papel de Freddy Freeman e Zachary Levi, como o ADULTO Shazam. Ambos os atores estão espetaculares, parecem ter entendido muito bem a essência dos personagens e levam o filme num tom excelente. Os irmãos do Shazam como grupo funciona super bem e o roteiro, apesar de batido, remexido, revirado e torcido há uns 15 anos pela MCU, deu certo.

Para que tudo corresse como deveria, a tríade de vilãs se encaixa na proposta de rivalizar com crianças em corpos de adultos agindo feito, claro, crianças. Não à toa a personagem de Rachel Zegler, Anthea, é justamente o rigoroso oposto dos irmãos Shazam, uma adulta presa em um corpo de criança.

Numa espécie de metalinguagem das escalas infanto-adultas, o ápice do filme é justamente um cataclisma que poderia ser mundial mas resumido à literalmente à uma área equivalente a um campo de futebol. Tudo é grandiosamente desajustado em Shazam 2, como crianças que estão entrando ou entraram na adolescência: desde os corpos de heróis nos quais eles são o que sonham ser um dia até a voz estridente e horas fina ou grossa do garoto de 16 anos que está em literal crescimento físico.

A DCU acertou forte o tom de Shazam! Fúria dos Deuses e parece ter ainda um suspiro pra nos avisar, como diria a própria Mulher Maravilha no filme, que a era dos heróis endeusáveis ainda não acabou.

Por José Fernando

Comentarista político(?) no @CoisaBoaPodcast e farofeiro no @FarofeirosCast.

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