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Tem gente que acha que Mundo Estranho é muito polarizado

Dentro da Disney tem gente que acha que Mundo Estranho é muito polarizado (?!)

A Disney, como empresa, tem tentado ser mais inclusiva – mas não por ser boazinha, mas por ser um negócio que literalmente rende mais dinheiro. Porém, internamente sempre quem seja do contra mesmo quando envolve dinheiro. Aparentemente Bob Chapek, ex-CEO da Disney, foi aconselhado a não lançar por acreditarem que Mundo Estranho é muito polarizado, por isso a falta de divulgação e tudo mais!

Isso mesmo, um desenho animado polarizado. Chapek “deixou” a cadeira de CEO da Disney em Novembro de 2022 depois de seis meses de uma desastrosa atuação.

A nota do BleedingCool aponta a executiva Safra Catz (CEO da Oracle, membra do conselho da Disney e chefe do gabinete de transição da administração de Donald Trump nos EUA) como “culpada”. Teria sido ela quem disse para Chapek não lançar Mundo Estranho por ele ser “muito polarizado” por ter como personagem principal um garoto gay.

A Disney é ruim de conselheiro hein?

Mundo Estranho foi lançado em Novembro de 2022 e praticamente não houve gastos com divulgação. O prejuízo chegou a quase US$ 200 milhões por conta de uma trumpista ter recebido uma bobagem no zap. A nota também afirma que o filme foi lançado dessa maneira para evitar mais raiva da comunidade LGBTQIA+.

Tem gente que acha que Mundo Estranho é muito polarizado - Disney - BLOG FAROFEIROS

Este filme me marcou por ter sido a primeira vez que fui ao cinema após o término (?) da pandemia de COVID-19 e pude acompanhar em família. Saber que uma pessoa envolvida diretamente com Donald Trump tentou sabotar um filme por conta da sexualidade do protagonista me deixa mais puto do que deixou na época.

Sem mencionar o uso extremamente equivocado de “polarização”, um termo que a extrema-direita utiliza para justificar seus atos hediondos. Mas você não precisa levar em conta o que digo não, que tal professores de sociologia do Brasil e da Espanha?

A extrema-direita tem conseguido restringir o debate na cena política imputando ao centro a condição de extrema-esquerda, e com isso ajuda a disseminar a ideia, hoje quase um senso comum, de que a direita neoliberal que diz respeitar direitos civis e políticos, mas se opõe brutalmente aos direitos sociais, é o ‘centro’, escrevem Vitor Filgueiras, professor Faculdade de Economia da UFBA e professor Visitante da Universidade Complutense de Madri e Sávio Cavalcante, professor do Departamento de Sociologia da Unicamp.

A falsa polarização e a definição de esquerda e direita.

Vale lembrar que a extrema-direita tenta imputar absurdos contra a diversidade e até contra o direito de amar quem você quiser. Enquanto a trumpista fez isso com um filme no ano passado tem gente no Brasil querendo proibir o casamento gay.

Pois é, a extrema-direita ataca novamente… E não vai parar até que percam todo o poder, e isso depende de pessoas como eu e você votando corretamente.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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