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Justiceiro da Netflix

O Justiceiro da Netflix

Demorei para conseguir todo o tempo que realmente precisava para assistir e até digerir o Justiceiro da Netflix. O herói da Marvel Comics em sua mais recente encarnação em carne e osso ganha uma apropriada e violenta série no serviço de stream.

Sua história no seriado é intrínseca à história da segunda temporada de Demolidor, e devemos reconhecer que foi um grande e ótimo acréscimo. Sem Frank Castle essa história de Matt Murdock não seria a mesma. Infelizmente o Justiceiro não apareceu na primeira temporada de Defensores… O que poderia ter melhorado um pouco tudo aquilo.

A série já foi renovado para uma segunda temporada felizmente, mas precisamos disseca-la apropriadamente, mesmo por que ela é boa mas está longe de ser perfeita. E sim, temos muitos spoilers à seguir.

https://youtu.be/6m3DvnsSxt8

A história do Justiceiro da Netflix

A primeira temporada de Justiceiro da Netflix continua a história que vimos na segunda temporada de Demolidor. Com a ajuda de um hacker chamado Micro ele consegue localizar os mandantes do assassinato de sua família e o motivo.

A trama toda acontece em torno da última missão secreta do pelotão de Frank no Afeganistão durante a Guerra do Iraque. Além de assassinato e tortura envolveu tráfico de drogas em cadáveres, e Micro tem todas essas informações.

Acontece que este hacker é obrigado à abandonar sua família para tentar encontrar justiça contra os vilões, que deveriam ser os mocinhos. Desta vez um lado bem mais obscuro e aterrador de Frank Castle e do exército americano surgem. O soldado obedecendo ordens com precisão e violência sem questionar seus superiores ligados ao Departamento de Defesa dos EUA mas agindo em benefício próprio. 

A trama se complica um pouco mais com a inserção de antigos companheiros de Frank Castle, principalmente Billy Russo. O rapaz da Trivago se mostra um agente duplo e atuou diversas vezes contra Castle, mesmo quando parecia ser o contrário.

No final, não importa o cargo ou emprego, todos os envolvidos pagam pelo que cometeram. Inclusive Frank Castle.

Justiceiro da Netflix - Curtis e Lewis
Curtis tenta, mas Lewis não quer.

Moral da história

Acredito que o ponto forte de toda a trama nem seja a ação ou a violência, mas sim a moral da história.

Não vemos muito isto por aqui por motivos óbvios mas nos EUA os casos de Transtorno de Estresse Pós Traumático são gravíssimos em seus soldados ao retornarem de tantas guerras longe de casa. Sei que este não é um problema só de veteranos de guerra, mas a forma que é abordado pela série engloba muito bem este tipo.

Na primeira temporada do Justiceiro da Netflix vemos um soldado deslocado prestes a fazer alguma besteira, até que começa e leva as condições à extremos. A doença e a classe são cercadas de estereótipos negativos nos EUA e isso acaba piorando a situação. Por isso que esta abordagem contemporânea é tão importante para os afetados.

Justiceiro da Netflix - Frank Castle e Karen Page
“Karen, por que você não morre?”

Justiça ao Justiceiro

Primeiramente devo dizer que não entendo, compreendo ou gosto desta Karen Page do universo dos heróis Marvel na Netflix. Ela já deveria ter morrido e sua relação com o Justiceiro é risível. Reclamei dela na primeira e segunda temporadas de Demolidor, em Justiceiro então ela só enche linguiça e sai de cena.

Bem, podia ser pior, poderia ser a Clarie Temple a chata novamente.

Mas esta versão de Micro é interessante, não tem nada a ver com sua versão dos quadrinhos mas é bacana. A van preta também é uma referência dos quadrinhos relativamente importante. Outros nomes são sugados do amago de histórias em quadrinhos dos anos 90, mas nenhuma encarnação arremete realmente à sua devida contraparte. Bem, na realidade Frank Castle foi criado muito antes disso e transforma-lo em um veterano desta recente guerra só deixa tudo mais verosímil.

A parte engraçada mesmo fica por conta do Agente Laranja ser nos quadrinhos um agente da SHIELD e não diretamente do governo americano. É, eu achei graça disso.

Justiceiro da Netflix - Justiceiro e Micro
“I wanted that way…”

Concluindo

Jon Bernthal se tornou o Justiceiro mesmo. Hoje não consigo pensar em outra pessoa no papel e isto é ótimo para o personagem que só irá crescer dentro deste universo.  Gostaria mesmo de vê-lo nos Defensores mas com tanto sangue assim acho difícil…

Não é a melhor série do Netflix com os heróis da Marvel Comics mas já é melhor que Luke Cage… Mas não achei melhor do que Punho de Ferro.

E você, qual sua série Netflix com personagens Marvel favorita?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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