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Aquela japinha

Farofeiros, farofeires e farofeiras, essa semana comecei triste, sem saber o que divinamente deveria indaga-lhes ou mostrar sobre minha suprema sapiência superior. Mas na noite de sexta-feira tudo se elucidou de maneira estupefata soberba e pura, bem na frente de meu olhos. Um certo farofeiro me chamou para ir a um boteco que conheço a anos, mas neguei sua existência virtualmente ignorando as leis da física fui ao local.

Ele fica no meio do caminho para meu trabalho, no meio do caminho da casa de minha mãe (sim, tenho uma, acredite), bem fora do caminho da minha ex-namorada mas eu fiquei procurando por ela a noite toda e por fim, fica em uma vizinhança que se eu soltar um pum deveras mais alto que a normalidade lhes darão meu nome, CIC e RG. Por assim dizer.

Encontramos algumas amigotas e nos pusemos a falar sobre nossos trabalhos e frustrações junto às antes que nos chefiam. Mas este não foi o ponto alto da noite. Não foi o porre, nem a cerveja de origem suspeita, também não foi a comida posicionada estrategicamente e uma encruzilhada e sendo, surpreendentemente, pouco frequentada por macumbeiros. Pelo menos no período em que estava lá.

As amigotas foram embora, ficamos tristes, mas continuamos a beber por ali. Sem maiores programas continuamos por lá. Bebendo.

Foi então que meu distante, distante, passado bateu a minha porta. Uma garota que conheci aos meus doze anos mortais nesta carapaça, surgiu em minha frente e minha reação foi ficar olhando fazendo cara de “te conheço não sei da onde”. É claro que ela também não veio falar comigo mas a nossa história é interessante. Não que tivéssemos um caso ou nada do tipo, mas sabe-se lá o por que, eu e ela conversávamos muito ao telefone, coisa de uma ou duas horas direto, em uma época que internet nem era imaginada. Acho que houve um período que até tive vontade de ficar com a moça, mas acho que nunca o disse e agora também não faria diferença.

O moça não estava com um cara de poucos amigos, apesar de estar no meio de um povo ela dificilmente sorria e pessoas que não sorriem enquanto todo mundo está dando risada me assustam muito. Pode ser até sorriso falso, tá valendo, mas não fazer nenhum sinal labial me deixa apavorado. Paramos de nos falar pois mudei de escola, interesse e, aparentemente, nem éramos tão amigos assim. É sério eu não sei o que se passava em minha cabeça e nem na delas para algo que eu iria achar constrangedor depois de diversos anos terrestres.

No final fui querer algo pessoal e bacana e acabei escrevendo algo pessoal e constrangedor. Essa é a história da minha vida.

Pensamento do Dia

Bem vindo ao mundo de Hollywood, não tem Malboro.

Cowboy do Hollywood

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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