Os Três Coringas

A origem do Coronga foi mudada, agora temos três Coringas na DC Comics.

Não é piada, não é de hoje que se fala dos Três Coringas que supostamente viviam no universo DC Comics. Porém desde sua menção pouco se sabe sobre a origem e motivação dos vilões para assumirem o mesmo papel de forma anônima por tanto tempo. Por aqui somos autoridade quando o assunto é a origem do Coronga.

No evento pós Novos 52 chamado Guerra Darkseid (publicado no Brasil em 2015) escrita por Geof Johns vemos diversos heróis ascender como deuses. Batman especificamente se torna o deus do conhecimento e o novo usuário da Cadeira Mobius – antes pertencente à Metron. Esta cadeira dá ao usuário o poder do conhecimento, mas ele deve ser direcionado. Aliás, até a interferência de Dr. Manhattan já podia ser vista ali.

Batman então pergunta à Cadeira Mobius o nome real do Coringa. Apesar do choque a revelação da resposta da Cadeira só surgiu em Renascimento (2016), onde Batman confirma que na verdade há três Coringas.

Desde então especulações de fãs não param de surgir, agora porém estamos cada vez mais próximos o lançamento do quadrinhos que ocorrerá em Novembro de 2020. O autor não cansa também de alimentar a fogueira, segundo Johns a história dos Três Coringas começa quando Batman o encontrou a primeira vez, passando por A Piada Mortal e até as publicações mais recentes.

Não se sabe se isto é resultado de mesclagens com realidades alternativas ou se sempre houveram três palhaços bem parecidos. Se existem tantos Batmen assim é possível que existam muitos Coringas também, não acha? Mas isso vale apenas para os quadrinhos – ainda bem.

A partir deste ponto trate as informações como especulações, tentaremos sempre nos ater ao que a DC Comics, Geoff Johns ou o desenhista Jason Fabok tem falado. Mesmo assim é preciso lembrar que são achismos de fã e a conclusão final só virá com o lançamento do gibi.

Batman: Three Jokers, a versão norte americana do gibi em capa dura já está em pré-venda por R$ 169,03.

Este artigo receberá atualizações sempre que algumas informações forem confirmadas. Então já o guarde em seus favoritos para saber das novidades dessa história.

Quem são os Três Coringas

Enquanto muito do que transmito abaixo é especulação uma boa quantidade de informações se mostram bem próximas do que poderemos ver na minissérie. As pistas são essencialmente visuais, como a DC Comics já divulgou diversas artes e capas podemos tentar traçar três perfis. Mesmo assim fica difícil interpretar algumas “encarnações” do personagem, o Coringa atual dos quadrinhos poderia ser qualquer um deles, mas com roupa diferente.

Nas capas e artes divulgadas os Coringas ganham uma releitura de momentos clássicos. Uma das principais “dicas” dadas pelo desenhista Jason Fabok é quanto a posição das sobrancelhas e os sorriso dos Coringas.

“(…)No final, eu apenas desenho as sobrancelhas AFIADAS e sempre para baixo. Como se seu rosto estivesse sempre distorcido em um sorriso maligno. (…)”

@JasonFabok

Com essas as diferenças em mente podemos chegar à algumas conclusões baseadas nas imagens e informações já liberadas. Com o lançamento da primeira edição a impressão que se tem é que sempre houve mais Coringas do que podemos imaginar. As vezes um copiando o outro, ou até tomando o lugar de outro.

O Criminoso

Neste Coringa, diferente dos demais, podemos ver claras marcas de expressão acima dos lábios, remetendo a uma pessoa mais idosa. Como as imagens mostram ele faz referências à primeira aparição do personagem nos quadrinhos em Batman #1 de 1940.

Este seria o primeiro, não sei se podemos chamá-lo de original, mas as imagens mostram que ele é o assaltante de bancos e joalherias do início da carreira de Batman. Mas isso arremete a 80 anos de história do personagem, se assim for este Coringa teria ainda mais idade do que aparenta.

Pela idade avançada podemos acreditar também que este seja, na verdade, Joe Chill, o assaltante responsável pela morte de Thomas e Martha Wayne. Ou não. :S

O Palhaço

Este Coringa aparentemente tem um nariz mais pontudo que os outros, sem falar que sua aparência é bem mais jovem que a do anterior (apesar dos pés de galinha). Ele é claramente inspirado em duas notáveis histórias. A primeira, e mais importante, seria referência a história que “matou” Jason Todd enquanto era Robin em 1988 na história de Jim Starlin e Jim Aparo.

O “peixe sorridente” foi popularizado em Batman: The Animated Series (1993), mas sua origem nos quadrinhos vem de Detective Comics #475 de Fevereiro de 1978. Nessa história os peixes começam a surgir em Gotham City com o sorriso do Coringa, o vilão tenta então patentear seu sorriso matando qualquer um que fique em seu caminho.

O Comediante

Este Coringa tem como principal característica um sorriso mais falso e forçado que os outros. Seu visual é inspirado na arte do desenhista Brian Bolland e história de Alan Moore (também conhecido como deus) de A Piada Mortal. Isto significaria que ele também é a personificação do líder da Gangue do Capuz Vermelho, primeira grande empreitada do Coringa antes de ter o cabelo e a pele tingidos.

Porém este Coringa também arremete ao escrito por Brian Azzarello, o explosivo e imprevisível líder de quadrilha.

Um por todos

Há também a possibilidade de não serem três pessoas reais, apenas três personalidades da mesma pessoa. Todos podem ser Joe Chill, mas em seu interior fragmentado podem se dividir em três. Quem sabe até mais.

Não consigo também identificar qual deles seria, por exemplo, o Coringa escrito recentemente por Tom King. Suas histórias na revista mensal de Batman, junto com o casamento com a Mulher Gato e até a aparição do Homem Pipa, foram uma das séries que mais me diverti recentemente. Mas o assustador Coringa de Scott Snyder e arte de Greg Capullo também me parece o resultado da soma da insanidade de todos eles. Este último ficou famoso por ser aquele que arrancou o próprio rosto e o grampeou de volta.

Contudo é importante notar que histórias como a contada em A Piada Mortal era, até pouco tempo atrás, considerada fora da cronologia oficial dos personagens. Vemos quem com os Três Coringas isso mudou e muitas outras histórias podem ser adicionadas também, só nos resta saber como.

Que Arthur Fleck nos proteja.

O final de Os Três Coringas

Este trecho do texto é recheado de spoilers pois foi escrito após o lançamento de Batman: Three Jokers #3 dia 28 de Outubro de 2020. Depois de uma primeira edição bem interessante e uma segunda edição no mínimo estranha vemos o desfecho da história bem longe do esperado.

Um Coringa? Três? Cinquenta? Não se sabe e nem saberemos pois a história termina exatamente do mesmo jeito que começou, com uma interrogação enorme na cabeça dos fãs. Posso dizer que o final é similar à um ponto de exclamação pela surpresa do gigantesco nada que é apresentado ao leitor.

Tudo que é criado que poderia ter uma certa relevância é jogado no lixo literalmente. Os Três Coringas no final se tornam um só e tanto Jason Todd como Barbara Gordon não parecem ter um desfecho justo. E, para piorar, fica incerto se a história faz parte ou não da cronologia oficial da DC Comics (pelo menos até o início de Death Metal).

Por ser um título da DC Black Label a história não deveria fazer parte, porém, como Tom King e Mitch Gerads já confirmaram no Twitter que Mister Miracle faz parte da cronologia oficial dos personagens. Qual a licença utilizada para esta peça não sei.

A arte de Jason Fabok ainda é muito bonita, mas o que Geoff Johns arma para entregar é pífio. O Relógio do Juízo Final que não foi grande coisa entregou mais do que essa nova versão do maior vilão do maior detetive do mundo.

Deu raiva.