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Canudo furado

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Farofeiros e farofeiras,

Durante a minha infante infância pré adolescente vivi um trauma que gerou grande ódio, irá e um plano de destruição mundial o qual eu compartilharei nas próximas linhas.

Não consigo descobrir um motivo real ou até prático para isso ter ocorrido de maneira tão trágica. Estava eu em meus tempos áureos degustando de uma bebida láctea achocolatada gelada provida pelos esforços de meus pais adotivos mortais e terrenos. Bem parecido com a história do Super Homem.

A emoção era eminente, a sede eterna, a fome megalomaníaca e ao retirar o canudo da embalagem e inseri-lo no local especificado protegido pelo fabricante. Ao tentar finalmente beber o líquido de meus sonhos ocorre uma falha no sistema de sucção criado por Charles Canud, criador do canudo.

O líquido simplesmente não seguia pelo caminho correto, não chegava até as glândulas degustativas localizadas dentro de minha boca, entre os dentes, grudado a um músculo bem nojento. A falha não estava na sucção, mas no equipamento fornecido pelo  fabricante.

Com canudo estava furado, não o corte das pontas, um furo anatômicamente e precisamente executado no meio do objeto. Era um furo pequeno, mas foi o suficiente para me desprover do prazer momentâneo mas instantâneo que tal bebida láctea.

Ainda hoje não sei quem é o dono de tal ideia perversa de tão pura maldade e malvadeza sem explícita explicação. Só imagino algum vilão de videogame antigo, com seu bigode de cientista maluco com um alfinete na mão furando sorrateiramente o canudo da bebida pouco antes de meus pais adotivos terrenos pegarem a embalagem esperando meu deleite.

Meu plano de vingança consiste em fazer isso em todos os canudos existentes para que de alguma forma os descendentes do ser malévolo que me afetou  sejam afetados também.

Pensamento do Dia:Ninguém quer barata” , coitada.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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