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A omelete de trinta e seis anos

omelete

Farofeiros e farofeiras,

Diversos são os entrepostos da vida arbitrária e ritualista de alguém de hábitos urbanos e consequentemente coletivos e desnecessários sendo que a contextualização é regenerativa e altruisticamente incorreto e de certo modo infantil e ardil. Esta foi uma semana bem conturbada e que me levou a uma descoberta interessante, mas sombria e deverás absurda do meu ponto de vista que é sim privilegiado e de classe média, mas longe de ser branco.

Tudo começou com um relato que irei relatar a seguir, seguindo o pensamento do relato relatado que relatarei e estarei relatando de maneira relatória ao relato do que foi relatado dentro do relatório do ser do sexo masculino que participou da fecundação de onde surgiu este que vos mostra o caminho da salvação. O ser também conhecido como pai coutou-me diversas vezes alguns fatos memoráveis da época de meu concebimento à este mundo, mas, veja bem, nada que fosse surpreendente ou assombroso.

Desta vez, dentro da falta de normalidade e que mesmo que desejassem a todas as suas inimigas vida longa durante o Hino a Bandeira ou Hino da Independência proclamados por soldados de voz fina, nada me prepararia para o fato a seguir.

É sabido que nasci em um horário extremamente inconveniente, todos, eu disse todos, gostaria de almoçar, mas tiveram que cuidar de um feto sujo de placenta, sangue e outros fluidos corporais que não sei e nunca saberei o nome correto, portanto chamarei apenas de meleca.

O ser chamado de MeuPai iria assistir meu nascimento, estava tudo certo para isso, porém, isso não ocorreu devido a fome do ser citado anteriormente. Tamanha era a fome do individuo que o hospital providenciou um almoço para que ele pudesse passar bem pela ansiedade de ter seu novo primeiro filho que viria a ser o primogênito por ter sido o primeiro e não o segundo, no lugar do filho lhe foi servido uma omelete. Mas não qualquer omelete, a maior e mais gostosa omelete que um ser devorador de tudo que se chama “comida” poderia comer durante sua vida toda, incluindo os que existem apenas em pensamentos.

A pessoa não lembra do que tomou no café da manhã, a pessoa não se lembra de recarregar a bateria do celular, a pessoa não se lembro que dia é hoje, a pessoa não sabe o CEP da própria casa, a pessoa não lembra de senhas e datas de aniversário por ter “alergia a números”, mas da omelete que comeu a trinta e seis anos atrás na hora em que seu primeiro filho estava nascendo. O pior mesmo é ele creditar até hoje esta omelete como a melhor já comida. Sim, este é MeuPai. Obrigado.

Pensamento do Dia:Lição que aprendemos com Los Hermanos: todo carnaval tem seu fim.” E a Ana Julia?

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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