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Maldito telefone

Farofeiros e farofeiras,

Estou triste, magoado e muito, muito triste por conta de ligações indesejadas que tenho recebido. Não, não são fantasmas do passados, ex-mulher, cobradores, periguetes insanas, groupies feias, a doidinha que conheci ontem na praia ou o Silvio Santos anunciando que ganhei um milhão de reais em barras de ouro que valem mais que dinheiro.

Não são pessoas me chamando para jogar videogame. Não são pessoas desejando meu corpo. Não são pessoas que me odeiam.

São o pior tipo de pessoas que poderiam me ligar: pessoas, ou gravações de pessoas, querendo me vender algo.

Suspeito muito que a minha empresa de TV, telefonia fixa e internet tenham vendido meu cadastro para seu concorrente pois não uso tal número e eles me ligam lá para que eu mude de operadora. E, é claro, que sofro com os males dos celulares também.

Além de me ligarem dizendo ser algo profissional, aparecem uns golpes do tipo “você ganhou um celular novo” toda a hora. Mas meu favorito, aquele que gosto mesmo, é o de lingerie via SMS que normalmente chega após às três da madrugada, o que é ótimo! Afinal, o que estaria fazendo a essa hora?

Sem falar que, imagina que interessante seria eu deitado com minha namorada (se eu tivesse uma) e pela madrugada chegasse uma mensagem me oferecendo lingerie. Imagino-a me olhando com olhos tortos e boca aberta, sendo que suas mãos já se põe a se afastar de mim mas suas pernas já estão saindo pela porta. Até querer explicar algo assim não teria explicação e com toda a certeza só seria mais combustível para tal explosão.

Mas claro que quando falam comigo e eu, educadamente, digo que não estou interessado e o energúmeno do outro lado da linha pergunta se eu não estou interessado em algo que nem ouvi. Caro colega de cela no inferno, desejo realmente que você se mate dando um tiro em vosso cu enquanto leva cuspe em sua face provido pelo Justin Bieber enquanto ouve uma seleção das suas melhores falas tele-marqueteiras.

Pensamento do Dia:Me liga gata, nem vou te xingar. Beijos” – trecho de uma poesia não publicada minha.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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