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Halo: Reach

Tem gente que gosta de Halo: Reach, mas eu amo.

Não, este não é um review tardio falando de todos os aspectos técnicos e maravilhosos e da trama de Halo: Reach. Se preferir posso chamar este texto de “carta de amo” ou então de “puxação de saco” por conta deste game que é um dos meus favoritos e nunca escrevi nada sobre ele. Precisava mudar tal situação, então me inspirei em um dia frio para escrever durante meu horário de almoço sobre um jogo velho.

Nunca fui um bom jogador. Durante minhas lives fica claro que não sou uma pessoa habilidosa nos controles, tanto que para efetivamente terminar a maioria dos games que gosto preciso colocar em dificuldades degradantes para minha moral. Com Halo: Reach não foi diferente, até me esforcei para jogar em uma dificuldade normal, mas não deu. Outros problemas influenciaram mas na época eu podia me esforçar um pouco mais.

Tenho uma ligação emocional com meu Xbox 360 e Gears of War 3, são especiais pelo momento que passei da minha vida. O console foi meu principal companheiro em uma fase muito complicada, minhas experiências e minha diversão estavam restritas ao videogame. Como viva um drama que parecia não ter fim viver essas aventuras digitais foram existences para minha saúde mental.

Passei diversas horas em Reach, por vezes parei para observar a paisagem mesmo. Aquele conflito e a quantidade de pessoas afetadas por aquela catastrófica guerra me motivou a continuar a brigar por suas vidas digitais. Os membros da Equipe Noble eram meus amigos e eu lutaria com eles e por eles sem hesitação.

Halo: Reach é essencialmente um drama – tudo, literalmente tudo, deu errado. Mesmo que o esforço para salvar as vidas daqueles que mais necessitava. Das pessoas que precisaram fugir de suas casas por conta de forças que simplesmente exigiam a rendição e o sangue deles. E mesmo assim, com tudo perdido eu (ou você) continuamos a lutar, a fazer o que é certo para salvar vidas.

Ver o heroísmo de cada um dos membros da equipe diante do inevitável de partir o coração. E como vivi uma época de despedidas intensas era inevitável ficar de luto com a queda de cada um deles. Eles foram, de um modo artificial (mas válido), meus amigos, meus companheiros nessa luta contra a injustiça Covenant.

O final, talvez o final que mais me impactou em um videogame até hoje, mostra a sua (ou a minha) última luta em Reach. Ao salvar a nave Pilar do Outono e os últimos sobreviventes deixarem o planeta nos encontramos sozinhos contra o exercito invasor. Não há diálogo nessa guerra, apenas uma força superior que quer liquidar outros seres vivos em nome de um suposto messias alienígena.

Mas ali não importa. Halo: Reach uma última vez nos dá o controle de nosso personagem, não há contagem de balas, não há recarga de escudos. Só você e o exército inimigo que quer te matar a qualquer custo.

Naquela época não sabia que isto teria outro significado, afinal são quase 10 anos depois de ter jogado que escrevo este texto. Não sabia que 10 anos depois teríamos que lutar por nossas contra gente que quer nos ver de qualquer forma mortos. O drama do jogo me reencontra hoje. A diferença é que ainda tenho esperança de que nossa luta seja ganha sem mais pessoas perderem sua vida.

Não sei o que é preciso para um jogo ter tanto significado na vida de uma pessoa, não é algo que a produtora – por mais inescrupulosa que seja – consegue programar ou vender. Algo tão marcante e pessoal assim são raros para jogos eletrônicos, hoje tão descartáveis.

Me marcar não foi mérito do game, talvez outro jogo faria a mesma função. Talvez. Mas não deixa de ser interessante ver como este jogo me marcou e para outros milhões foi apenas mais um jogo de tiro divertido contra alienígenas.

Detalhe, mesmo amando o jogo não tive coragem de pagar R$ 50,00 na Steam (pelo menos não ainda)… Mas ainda sonho em comprar a versão física Halo: Reach Legendary Edition com os bonequinho tudo.

Por Rodrigo Castro

Debochado e inconveniente. Escritor, roteirista e designer de brincadeirinha.

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